segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Alerta Vermelho



As luzes vermelhas piscam em uma alerta constante de que devo me afastar. Embora metade de mim saiba que é perigoso continuar, uma parte de mim se nega a deixá-lo. Nega-se a evitá-lo. Eu deveria ter aprendido as lições que a vida me ensinou ao longo dos anos que se passaram, deveria fazer de tudo para afastá-lo, mas ficar longe dele tem sido a coisa mais difícil que tenho que fazer. Diante de tantos proibidos e alerta vermelhos, eu ainda não aprendi a ignorá-lo. A verdade é que se eu pudesse mudar a minha rota e inventar novos planos, eu sei que faria a mesma coisa, e que voltaria exatamente ha um ano atrás. Bem aonde nos conhecemos...

Ultrapasso a placa de proibido e prossigo voltando no tempo. Não vejo vestígios de lágrimas, nem tão pouco, memórias tristes. Ele nunca me permitiu chorar, por que a verdade é que embora ele sempre desaparecesse por uns dias, diferente de todos os outros, ele voltou. Ele sempre volta. É justamente este o problema; eu nunca posso lhe dizer adeus, e viver neste meio termo tem sido o meu ponto fraco.

As luzes retornam, dessa vez mais devagar. Encaro através do vidro na esperança de que seja ele outra vez, mas infelizmente não. Fecho a porta e volto para dentro, mas antes que eu adormeça, a uma mensagem dele no meu celular. O visor pisca e a sua foto se estende por todas as extensões. É o mesmo olhar malicioso rebocado por um sorriso angelical. Sorriso que retém meus pensamentos. Quero fugir dele, mas como posso me afastar de alguém que tem sido a única luz no fundo do túnel?

Eu posso cair ou me libertar. É um risco, mas a questão é; será que vale a pena?

Talvez sim

Talvez não
Vanessa Souza ty