Eu sinto falta daqueles olhos
claros, onde o mais se esconde no meio do que talvez, seja pouco para algumas
pessoas. Nem todos têm o dom de observar as pessoas como eu observo. Para ser
bem sincera, faço delas um livro cujo intento é apenas descobrir o que elas
guardam na alma. É muito fácil gostar de alguém baseado em sua aparência, mas
amar a alma e apreciar cada gesto oculto dela, haaa! Isso é tão difícil quanto
incrível.
Eu costumava ler bem aqueles olhos.
Era como se eu tivesse algum efeito sobre ele, e para ser sincera, isso foi um
dos motivos pelos quais me apaixonei. De alguma forma, eu sempre via muito mais
do que ele dizia. Como se sua alma fosse uma porta que se abria sempre que eu
queria. Mas agora eu sei que as coisas mudaram. Percebo isso no instante em que
o olho e não vejo nada. É como se toda a distância e o silêncio tivessem
roubado aquela conexão. E caramba! Isso está me matando.
É uma dor diferente. Com se uma
parte de mim tivesse sido arrancada para longe. Como se o mundo inteiro fosse cair diante do peso meu coração. Então talvez seja assim que
você se sente quando percebe que não tem mais nenhum efeito sobre alguém; você
sente tristeza quando o vê, por que sabe que aquelas boas lembranças nunca mais
serão algo que você vai reviver, mas apenas será uma memória a qual você deve
guardá-la o mais oculto possível em seu coração.
Memórias. É apenas isso que sobrou!
Vanessa Souza