Enquanto
observo as pessoas ao meu redor, eu tento manter meus olhos focados no futuro.
Nos caminhos que preciso tomar. Parece
fácil quando estamos apenas olhando, mas olhar para frente sem pensar no
passado é a coisa mais difícil que tenho que fazer.
Talvez
impossível.
Isso
agora é quase uma certeza, por que todas as vezes que meus olhos se fecham, eu
penso nele. No pouco que era só nosso. No espaço de tempo que não existia.
Agora existe, e se faz presente em cada fragmento de esperança. Em cada
pontinho dentro do meu coração, por que eu sei que chegou à hora de seguir em
frente. Sem ele.
Desvio
meus olhos das pessoas vazias ao meu redor e tento me concentrar na música que
ouço ao fundo. O velho rádio ainda toca as mesmas canções, assim como o meu
coração. Ele ainda bate na mesma
sintonia de quando o vi pela primeira vez. Na mesma intensidade de quanto
nossas mãos se tocaram. No mesmo fluxo daquele beijo regado a promessas que se
perderam no meio do tempo.
Eu
quero agarrar o espaço vazio que existe entre nós. Quero esmagar a distancia com
os meus dedos trêmulos. Segurá-lo firme ao meu lado para que o vento não o
arraste para longe de mim. Para que sua voz continue me acalmando em meio a
tempestade. Quero atravessar a barreira invisível que construímos ao nosso
redor. Quero encarar seus olhos de promessas instáveis, para ter certeza que
ainda o espero.
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