Encaro o calendário que colei na parede. Observo
atentamente aos 35 dias que dei sorrisos bobos por cada mensagem que ele me
mandava. Por cada elogio, cada promessa escondida em um meio termo de
incertezas e esperanças de que dessa vez fosse real. 35 dias que ele coloriu
com a sua presença, mesmo estando a 47 km de distância.
4 semanas que eu pude sentir a leve sensação de ter
alguém ao meu lado. De sentir que não estava sozinha ou que ainda era possível acreditar
no amor. E que sim, sonhos são realmente possíveis quando a gente acredita. E
que às vezes, um olhar pode dizer muito sobre uma pessoa sem ela precisar dizer
absolutamente nada.
Agora são 42 dias ao todo. 7 dias de silêncio. Sem um
“Boa Noite” caloroso ou um “onde você está?” cheio de preocupação. Sem
absolutamente nada. Sem nenhum abraço quente aglomerado de segurança e
proteção. Ah! Como eu preciso do abraço de alguém que realmente goste de mim
por quem sou. Que me entende e compreende meu jeito difícil de ser.
Mas eu estou sozinha. E sem a presença dele os dias
voltaram a ser cinza. Os livros voltaram a ser a minha fuga da realidade. A
minha cama virou um abrigo, onde eu sei que posso chorar em paz sem ter que dar
explicações. Sem ter que dizer que a ausência dele está me matando. Que qualquer
lugar se tornou sem graça por que eu sei que ele não vai aparecer.
Agora eu sei, o amor não pode curar, por que antes
disso, a mentira mata as pessoas.
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