segunda-feira, 10 de agosto de 2015

8 ou 80?


Caminho descalça pela casa sem me preocupar por ainda estar de pijama. Não ligo se o meu cabelo está desarrumado em pleno sábado à noite. Não tenho que ir aquela festinha só por que as pessoas vão como de costume. Prefiro ficar em casa assistindo a era do gelo, mesmo que isso soe patético, não á nada melhor do que fazer isso ao invés de gastar maquiagem à toa.
  Amor próprio em primeiro lugar. Não faço mais o tipo que tira uma milha de Selfe por dia com o intuito de ganhar curtidas. E não ligo se o meu perfil do Face Book não é tão popular assim. Pelo contrário, não dou a mínima para a quantidade de likes que recebo.
  Eu congelei o meu coração e me acostumei a viver sozinha, sem os carinhos ou beijos apaixonados. Afinal de contas isso passa, assim também como a dor, e depois de um tempo, tudo se torna apenas uma página virada do passado. Exatamente como tem que ser. Não que eu tenha virado uma pessoa solitária, pelo contrário, ainda saio aos domingos à noite sempre caprichando no meu visual.
  É sempre bom conhecer pessoas novas, se encantar nos primeiros minutos e depois ir embora, sem ter que ficar prolongando diálogos. Cortei esse roteiro da minha vida, apaguei a maioria dos contatos da minha agenda. Não mando mais torpedos e nem tenho a súbita curiosidade de saber quem está online, pelo contrário, desativei todos os bate papos das minhas redes sociais.
  Eu já não me importo mais em usar aquela roupa de modinha que as garotas fazem questão de mudar todo mês. É bem mais preferível o meu estilo único, o meu jeito simples e ao mesmo tempo sofisticado. Linda o suficiente para deixar todo mundo de boca aberta. Somente isso, por que não faço mais questão de me envolver com ninguém.
  Aprendi que posso ser feliz sozinha. Posso sair cantando pelas ruas na altura que eu quiser sem ter que me preocupar em pagar papel de maluca. Posso me esbaldar na lanchonete sem ter a mínima preocupação com a balança. Não preciso levar a sério a rotina pesada de ficar horas na academia em busca de um corpo perfeito. Eu gosto de mim exatamente do jeito que sou e sei que não existe melhor companhia do que eu mesma.
  Não preciso vivenciar a fantasia que devo me casar e viver a vidinha perfeita a dois, mas devo admitir que eu gostaria de ter essa vida. Aliás, seria muito bom acordar com aquela pessoa especial ao seu lado. Mas eu aprendi que também posso ter a vidinha perfeita sozinha sem bancar a solitária. Essa questão de parceria já não cola mais. Recoloquei os cadeados do meu coração. Quem vai ou quem fica já não importa. Ou é 08 ou 80, meio termo não funciona mais.

Vanessa Souza ty




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